Aprenda a planear uma dieta vegetariana equilibrada e sem carências

Quando bem planeada, a dieta vegetariana pode ser adotada em qualquer fase da vida, incluindo a gravidez, a amamentação, a infância, a adolescência e a terceira idade, sobretudo quando permite a ingestão de ovos e laticínios. Saiba como evitar carências.
Os consumidores têm consciência de que uma alimentação saudável passa por aumentar o consumo de fruta e legumes, em detrimento dos alimentos de origem animal e seus derivados. Contudo, ao adotar uma dieta vegetariana e excluir os produtos de origem animal, há que combinar bem os alimentos para garantir o aporte de todos os nutrientes nas proporções adequadas. Caso contrário, há um risco de carências que poderão dar origem a problemas de saúde.
Flexitarianismo
Há cada vez mais portugueses a reduzir ou consumir esporadicamente proteínas animais e a optar por substitutos vegetais, como grão, feijão, soja ou tofu. Segundo um inquérito que a DECO PROTESTE realizou entre abril e junho de 2019 a pessoas entre os 25 e os 74 anos, estes consumidores, conhecidos por “flexitarianos” ou “semivegetarianos”, correspondiam já a 10% dos portugueses. Esta prática não é considerada vegetarianismo.
De acordo com um estudo mais recente da consultora Lantern, em 2021 pelo menos 11,9% dos portugueses seguiam uma dieta baseada em vegetais, onde se englobam as dietas do tipo vegetariana, vegan e flexitariana. Isto mostra uma subida de quase 2% em dois anos.
Tipos de vegetarianos
Existem diferentes regimes vegetarianos. Todos têm em comum o consumo de alimentos de origem vegetal, como cereais, leguminosas, fruta e hortícolas e a exclusão de carne e peixe.
Vegetarianos estritos ou puros
Excluem totalmente os alimentos de origem animal. Assim, além de carne, também não consomem pescado (peixe, moluscos e marisco), insetos ou gastrópodes (por exemplo, caracóis), ovos, laticínios, gelatina, mel e gorduras como banha ou alimentos que tenham estes ingredientes na composição.
Veganos
São nutricionalmente idênticos aos estritos ou puros, mas vão mais longe. Também não usam produtos de origem animal ou que são neles testados, como seda, lã, peles e cosméticos ou medicamentos testados em animais.
Ovolactovegetarianos
Incluem laticínios e ovos, a par dos frutos e vegetais.
Existem dois subgrupos:
- os ovovegetarianos, que incluem ovos mas excluem os laticínios;
- e os lactovegetarianos, que, pelo contrário, eliminam os ovos, mas consomem leite e derivados.
6 dicas para fazer uma dieta vegetariana
Independentemente da escolha, ao eliminar carne e peixe – e, nalguns casos, também ovos e lacticínios –, se não houver planeamento, podem ocorrer défices. Tal como os omnívoros (que incluem todos os grupos de alimentos), os vegetarianos devem garantir uma ingestão energética adequada. Esta varia consoante as necessidades individuais, e a sua correta distribuição no que toca a hidratos de carbono, proteínas e gorduras. Devem ainda assegurar-se as doses recomendadas de micronutrientes. Para tal, devem ser escolhidos alimentos ricos em vitaminas e minerais, nutrientes estes que podem não ser tão facilmente obtidos pelos substitutos vegetais. Este conselho é, por isso, ainda mais importante para os vegetarianos estritos, que devem assegurar o aporte de minerais como o ferro, o cálcio e o zinco, sobretudo presentes em alimentos de origem animal.
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Hidratos de carbono garantem energia
O pão, a massa e o arroz, por exemplo, são os principais fornecedores de energia, a par das gorduras. Alguns estudos revelam que os vegetarianos consomem ligeiramente mais hidratos de carbono do que os omnívoros, não ultrapassando a dose diária recomendada.
O consumo de fibras, essencial para o correto funcionamento intestinal, é também superior, já que a fruta, os vegetais e os cereais são especialmente ricos em fibras.
Como substituir as proteínas de origem animal
As proteínas são essenciais para o bom funcionamento muscular, para a saúde dos ossos, das unhas e do cabelo e para reparar e regenerar os tecidos. Além disso, entram também em ação no sistema imunitário e ajudam a transportar o oxigénio no sangue, entre outras funções. São constituídas por cerca de 20 aminoácidos, oito dos quais ditos essenciais (contam-se nove para as crianças). Como não são produzidos pelo organismo, cabe à nossa alimentação fazer este fornecimento. Para que sejam bem absorvidos, devem estar presentes nas devidas proporções.
À partida, num regime omnívoro, não há risco de carências, já que as proteínas completas, de alto valor biológico, encontram-se principalmente na carne, no peixe e nos ovos. Substituir carne e peixe por alternativas à base de proteína vegetal obriga a boas combinações para garantir uma boa digestibilidade e a melhor absorção da proteína.
É essencial combinar os alimentos corretamente para garantir o aporte de todos os aminoácidos essenciais. Para tal, deve-se ingerir leguminosas com cereais, juntando, por exemplo, arroz com feijão, cuscuz com grão-de-bico e massa com lentilhas. Além disso, não se deve consumir tudo dentro da mesma refeição. Pode-se, por exemplo, comer cereais ao pequeno-almoço, um punhado de nozes como merenda da manhã e leguminosas na refeição seguinte. É preciso estabelecer o equilíbrio no prazo de um ou dois dias. Compare aqui o teor de proteína dos diversos alimentos.
Equilíbrio de gorduras e vitaminas
Os lípidos (ou gorduras) garantem a absorção e o transporte das vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e dos ácidos gordos ómega 6 e, principalmente, ómega 3. Estes são essenciais para as células e para o bom funcionamento fisiológico geral, do sistema nervoso central, dos vasos sanguíneos, olhos e sistema imunitário.
A dieta vegetariana é, geralmente, rica em alimentos com ómega 6, mas não em ómega 3, nomeadamente os ácidos eicosapentaenoico (EPA) e docosaexaenoico (DHA). É, assim, importante que os vegetarianos incluam na sua alimentação boas fontes de ácidos gordos essenciais, tais como:
- beldroegas;
- algas;
- nozes;
- óleo de soja;
- linhaça;
- chia;
- canola.
Os alimentos enriquecidos com ácidos gordos ómega 3 EPA e DHA são especialmente indicados durante a gravidez e a amamentação.
Quanto às vitaminas, quando se fala de vegetarianismo é comum referir-se a frequente carência de vitamina B12 e D. A primeira encontra-se principalmente na carne e no peixe, mas também nos ovos, no queijo e no leite. Já a D existe, sobretudo, nos peixes gordos (como o salmão e a sarda), mas também na carne e nos ovos. Pode comparar os teores destes nutrientes nos vários alimentos neste dossiê.
A falta de vitamina B12 pode estar na origem de anemia e de distúrbios do sistema nervoso, que afetam a memória, a concentração, causam fraqueza dos membros e demência, entre outros. Uma carência de vitamina D pode causar raquitismo nas crianças e fraqueza dos ossos e músculos nos adultos. Para evitar problemas, é essencial ingerir alimentos enriquecidos com vitamina B12 e D, tais como:
- algumas bebidas de soja;
- cereais de trigo ou de arroz;
- e gordura vegetal para barrar o pão também enriquecida.
Podem ser recomendados suplementos de vitamina B12 e D às grávidas, bebés e crianças vegetarianas. Recomenda-se, ainda, a exposição solar frequente – pois a vitamina D pode ser produzida por ação da radiação UVB. É aconselhada a toma de suplementos alimentares para evitar carências, sobretudo para quem elimina qualquer alimento de origem animal do prato.
Como evitar as anemias
O ferro, além de desempenhar funções como o transporte do oxigénio, assegura a produção de algumas proteínas e enzimas. Se é verdade que este mineral se encontra tanto em alimentos de origem animal como vegetal, também o é que o ferro dito “heme” (de origem animal) é mais bem absorvido pelo organismo. Por esse motivo, nos vegetarianos, o risco de carências, e consequente anemia, é maior. Os vegetarianos – e, sobretudo, os veganos – precisam de ter isto em atenção. Devem dar preferência aos alimentos que contenham ferro em grande quantidade, como frutos secos, leguminosas e cereais integrais.
Uma vez que a vitamina C favorece a absorção de ferro, apostar em citrinos, espinafres, brócolos, feijão, grão-de-bico e frutos secos é recomendado. A recomendação é maior em indivíduos com níveis baixos de ferro no sangue. Em contrapartida, alimentos ricos em cálcio, como os laticínios, assim como outras substâncias (presentes no café, no chá, no vinho tinto e no cacau), prejudicam a absorção de ferro. Evite-os à refeição. Alguns métodos culinários – como a fermentação ou demolhar as leguminosas e os grãos em água durante oito horas à temperatura ambiente, assim como adicionar limão, laranja ou vinagre aos cozinhados – ajuda a reduzir o teor em fitatos, o que melhora a absorção de ferro.
Potenciar a absorção de cálcio
O cálcio é essencial para a saúde dos ossos e dentes. Intervém também na regulação metabólica, na contração muscular e na função nervosa. Encontra-se principalmente nos produtos lácteos, daí que, nos indivíduos ovolactovegetarianos e lactovegetarianos, a ingestão de cálcio seja igual ou superior à da população omnívora. Já no caso dos vegetarianos estritos, estes devem ingerir outros alimentos ricos em cálcio, tais como:
- legumes verde-escuros (couves, brócolos);
- salsa;
- coentros;
- e frutos secos.
Uma vez que os alimentos ricos em fitatos (sementes, cereais integrais, leguminosas) e oxalatos (espinafre, beterraba, café, cacau) reduzem a absorção de cálcio pelo organismo, estes não devem ser consumidos juntamente com os ricos em cálcio. O consumo excessivo de sal leva também a perdas de cálcio pela urina. Os alimentos enriquecidos com cálcio, como bebidas vegetais com aquelas características, ajudam a contribuir para a ingestão adequada de cálcio, sobretudo para os vegetarianos estritos.
Monitorizar o zinco previne carências
O zinco é outro mineral importante, essencial para a integridade das células, para a reprodução e para o bom funcionamento do sistema imunitário. A sua absorção é inferior numa dieta vegetariana. Embora esteja presente tanto em alimentos de origem animal como vegetal (soja, leguminosas, frutos secos, cereais integrais, sementes de sésamo e gérmen de trigo), a sua absorção tende a ser menor numa dieta vegetariana, porque a absorção do zinco diminui na presença de fitatos, presentes em alimentos ricos em fibras. Descubra aqui alguns alimentos ricos em zinco.
A fermentação, demolhar os grãos e leguminosas e adicionar limão ou vinagre ajudam a reduzir o teor de fitatos e, assim, melhora a absorção de zinco. Uma deficiência pode causar problemas de crescimento. Daí que alguns grupos, como bebés, crianças, adolescentes e grávidas, possam beneficiar do consumo de alimentos enriquecidos com zinco e suplementos.
Será a dieta vegetariana saudável?
Segundo a American Dietetic Association (ADA), as dietas vegetarianas podem ter algumas vantagens. Entre elas está a redução de colesterol no sangue, um menor risco de doença cardíaca, redução da pressão sanguínea e menor risco de hipertensão e diabetes tipo 2. Os vegetarianos têm, geralmente, um índice de massa corporal (IMC) menor e taxas mais baixas de cancro.
Por apresentarem quantidades mais baixas de gordura saturada e colesterol e mais fibras, magnésio, potássio, vitaminas E, C, ácido fólico, carotenóides, flavonóides, entre outros, as dietas vegetarianas poderão ser mais saudáveis, desde que variadas e equilibradas.
No entanto, os vegetarianos tendem a ingerir menos vitamina B12 e D, assim como cálcio, zinco e ácidos gordos ómega 3. Tal leva algumas entidades a alertar que estas dietas, por si só, não implicam uma melhor saúde. Este é o caso da Direção-Geral da Saúde e da British Foundation Nutrition.
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Para continuar a ler, basta entrar no site ou criar uma conta (disponível para subscritores e não-subscritores).Para garantir o aporte correto de todos os aminoácidos (constituintes das proteínas), é importante combinar as proteínas vegetais com cereais.
Ervilhas
A ervilha tem um valor proteico que se destaca, a par do ferro, do fósforo e do potássio, minerais que podem ser encontrados em quantidades muito interessantes. É também das leguminosas com maior teor em vitamina C, B1 (tiamina) e ácido fólico (B9). Para garantir o aporte de proteína, as ervilhas devem ser confecionadas com cereais (por exemplo, arroz de ervilhas).
Faláfel
Vendido na sua forma preparada, o faláfel é mais conhecido por “croquetes de grão”. Estas bolinhas, geralmente fritas ou assadas no forno, são confecionadas segundo uma receita que tem por base feijão e grão-de-bico, à qual se pode juntar alho, cebola, salsa e especiarias. A receita original do faláfel terá sido importada do Líbano.
Favas
Ricas em amido, um tipo de hidrato de carbono complexo, que proporciona ao organismo níveis de energia estáveis, são boas fontes de ferro, vitamina B (nomeadamente ácido fólico) e C, magnésio, potássio e fósforo. São ainda das leguminosas mais ricas em fibra. Se forem cozinhadas bem cozidas ou em puré (para quem aprecie) tornam-se mais fáceis de digerir.
Feijão-encarnado
O feijão fornece energia, tem uma boa quantidade de proteínas, hidratos de carbono complexos, fibra, vitaminas do complexo B, nomeadamente ácido fólico (B9), e minerais, e é pobre em gordura. Se bem cozido e demolhado, evita problemas de digestibilidade e, se conjugado com cereais (feijão com arroz, por exemplo), preenche todas as necessidades proteicas.
Grão-de-bico
Distingue-se pelo seu teor em proteína e fibra. É ainda rico em minerais, como potássio, magnésio, ferro e fósforo, e em vitaminas E e do complexo B, com destaque para o ácido fólico (B9). Apresenta um baixo índice glicémico e dá energia ao organismo de forma gradual. Para potenciar a absorção de proteína vegetal, deve ser consumido com cereais (por exemplo, cuscuz com grão).
Lentilhas
Cerca de 30% das calorias das lentilhas secas cozidas correspondem a proteína. Assim, esta leguminosa é também uma boa opção para assegurar um bom aporte de proteínas para quem pretende eliminar ou reduzir o consumo de carne. Para potenciar a absorção deste nutriente, confecione-as com cereais (por exemplo, massa com lentilhas).
Quorn
Micoproteína (com origem num cogumelo), obtém-se por fermentação com glicose e oligoelementos. O produto é filtrado, são adicionadas especiarias e clara de ovo, e a massa é cozida e picada. Como tem pouco sabor, é sempre cozinhado e acompanhado com molho. Em Portugal, encontra-se à venda sobretudo na forma panada, em nuggets e em almôndegas, entre outras. As refeições pré-preparadas, vendidas em geral congeladas, têm uma composição que varia de acordo com a receita ou a lista de ingredientes.
Seitan
Preparação à base de trigo, rica em proteínas. O glúten é extraído através da lavagem da farinha de trigo. Em seguida, é cozido num caldo de soja, algas kombu (utilizadas como intensificador de sabor) e ervas aromáticas. Obtém-se, assim, uma espécie de massa esponjosa que é usada como substituto da carne. Do ponto de vista nutricional, deve ser acompanhado por leguminosas ou produtos lácteos.
Soja
Este grão faz parte da família das leguminosas. Proveniente da Manchúria, no Leste asiático, a soja é rica em vitaminas A, B, D e E, proteínas, ácidos gordos essenciais e sais minerais. Utilizam-se muito os seus derivados: o tofu, o tempeh e as proteínas de soja, que compõem hambúrgueres, salsichas, etc. A “carne de soja” é feita a partir do grão moído. Vende-se, sobretudo, em granulado ou em pedaços.
Tempeh
Oriundo do Sudeste asiático e feito à base de soja, o tempeh é basicamente tofu fermentado. Trata-se de uma boa fonte de proteínas vegetais. Não apresenta gorduras e é fácil de digerir. Devido à sua textura elástica e ao sabor a lembrar frutos secos, pode ser utilizado como alternativa à carne em receitas de pratos tradicionais.
Tofu
Também conhecido como “queijo de soja”, obtém-se a partir da coagulação do “leite” resultante da cozedura da soja com sais de magnésio ou de cálcio.
À primeira vista, assemelha-se muito ao queijo fresco. É utilizado em diversas receitas e pode ser consumido fresco, estufado, marinado ou frito, em sopas, molhos, saladas, sandes ou pratos principais. A sua composição pode variar bastante consoante o modo de produção.
Fontes de proteína vegetal
Para um adulto, 10% a 35% da ingestão diária de energia deve provir das proteínas; 5% a 20% no caso de crianças entre um e três anos e 10% a 30% para a faixa dos quatro aos oito anos. Quem necessite, por exemplo, de 2000 quilocalorias diárias deve ingerir, no mínimo, 50 a 75 gramas de proteína.
Alimentos | Quantidade de proteína (gramas) | Valor energético (quilocalorias) | ||||
---|---|---|---|---|---|---|
Por 100 g | Por porção | % DDR | Por 100 g | Por porção | ||
Ovo inteiro (50 g) | 13 | 6,5 | 13 | 149 | 75 | |
Produtos lácteos e alternativas vegetais | ||||||
Queijo flamengo (30 g) | 28 | 8,4 | 17 | 282 | 85 | |
Queijo fresco meio-gordo (30 g) | 11,4 | 3,4 | 7 | 160 | 48 | |
Queijo creme (15 g) | 9,3 | 1,4 | 3 | 263 | 39 | |
Tofu (30 g) |
8,5 |
2,6 |
5 |
77 |
23 |
|
Iogurte (125 g) | 4,2 | 5,3 | 11 | 54 | 68 | |
Bebida de soja (250 ml) | 3,6 | 9 | 18 | 53 | 133 | |
Leite de vaca meio-gordo (250 ml) | 3,3 | 8,3 | 17 | 47' | 117 | |
Bebidas vegetais (arroz, amêndoa, aveia e espelta) (250 ml) | < 1 | 1,7 | 3 | 38 | 96 | |
Leguminosas | ||||||
Soja (30 g) | 12,5 | 3,8 | 8 | 151 | 45 | |
Lentilhas (30 g) | 9,1 | 2,7 | 5 | 115 | 35 | |
Feijão-frade (30 g) | 8,8 | 2,6 | 5 | 123 | 37 | |
Grão-de-bico (30 g) | 8,4 | 3 | 5 | 130 | 39 | |
Feijão-manteiga (30 g) | 7,8 | 2,3 | 5 | 107 | 32 | |
Feijão-encarnado (30 g) | 7 | 2,1 | 4 | 96 | 29 | |
Favas (30 g) | 6,7 | 2 | 4 | 73 | 22 | |
Feijão-branco (30 g) | 6,6 | 2 | 4 | 103 | 31 | |
Ervilhas (30 g) | 6 | 1,9 | 4 | 72 | 22 | |
Feijão-verde (30 g) | 1,8 | 0,5 | 1 | 30 | 9 | |
Sementes, cereais e derivados, incluindo a batata | ||||||
Sementes de linhaça (20 g) | 25 | 5 | 10 | 487 | 97 | |
Sementes de chia (20 g) | 17 | 3,4 | 7 | 443 | 89 | |
Flocos de aveia e trigo (30 g) | 14 | 4,2 | 8 | 370 | 111 | |
Trigo-sarraceno cru (20 g) | 13,3 | 2,7 | 5 | 355 | 71 | |
Cuscuz cru (20 g) | 12,5 | 2,5 | 5 | 355 | 71 | |
Quinoa crua (20 g) | 12,2 | 2,4 | 5 | 367 | 73 | |
Bulgur cru (20 g) | 12 | 2,4 | 5 | 349 | 70 | |
Millet cru (20 g) | 11,3 | 2,3 | 5 | 357 | 71 | |
Teff cru (20 g) | 11 | 2,2 | 4 | 338 | 68 | |
Pão (50 g) | 8 | 3,5 | 7 | 290 | 145 | |
Quinoa (20 g) | 5 | 1 | 2 | 143 | 29 | |
Arroz, massa e batata (20 g) | 3 | 0,6 | 1 | 105 | 21 | |
Hortícolas | ||||||
Salsa (20 g) | 3,1 | 0,6 | 1 | 20 | 4 | |
Alcachofra, brócolos, agrião, couve-de-bruxelas (70 g) | 3 | 2,1 | 4 | 36 | 25 | |
Coentros (20 g) | 2,4 | 0,5 | 1 | 28 | 6 | |
Cogumelos (30 g) | 2 | 0,5 | 1 | 18 | 5 | |
Cenoura, abóbora, beterraba, cebola, nabo, rabanete (100 g) | < 1 | < 1 | < 1 | 18 | 18 | |
Fruta e derivados | ||||||
Fruta fresca (100 g) | 0,2 a 2,6 | 0,2 a 2,6 | 0,4 a 5,2 | 23 a 104 | 23 a 104 | |
Castanha (20 g) | 2,8 | 0,8 | 2 | 175 | 35 | |
Frutos gordos | ||||||
Pinhão (20 g) | 33 | 6,6 | 13 | 622 | 124 | |
Amendoim (20 g) | 25 | 5,1 | 10 | 589 | 118 | |
Amêndoa (20 g) | 22 | 4,3 | 9 | 650 | 130 | |
Nozes (20 g) | 17 | 3,3 | 7 | 699 | 140 | |
Avelã (20 g) | 14 | 2,8 | 6 | 689 | 138 | |
Substitutos da carne | ||||||
Seitan (30 g) | 26 | 7,8 | 16 | 153 | 46 | |
Tempeh (30 g) | 18,2 | 5,5 | 11 | 196 | 59 | |
Faláfel (30 g) | 13,3 | 4 | 8 | 333 | 100 | |
Quorn (30 g) | Almôndegas de quorn | 19,1 | 5,7 | 11 | 132 | 40 |
Nuggets de quorn | 11,8 | 3,5 | 7 | 247 | 74 | |
Quorn panado | 11 | 3,3 | 7 | 170 | 51 |
Abaixo apresentamos os principais alimentos fornecedores dos diversos nutrientes, tendo por base os valores apresentados pela Tabela de Composição dos Alimentos do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) e a base de dados do Departamento da Agricultura dos Estados Unidos da América (USDA). Os valores de referência do nutriente (VRN) dizem respeito a um adulto médio que necessite de um aporte energético diário de 2000 quilocalorias.
Vitamina B12
Os valores diários de referência para a vitamina B12 são:
- 2,6 microgramas para grávidas;
- 2,8 microgramas para lactentes;
- 0,9 microgramas para crianças de um a três anos;
- 1,2 microgramas para crianças dos quatro aos oito anos;
- 1,8 microgramas para crianças dos nove aos 13 anos;
- 2,4 microgramas para adolescentes e adultos.
Alimentos | Quantidade de vitamina B12 (microgramas) | Valor energético (quilocalorias) | |||
---|---|---|---|---|---|
Por 100 g | Por porção | % VRN | Por 100 g | Por porção | |
Queijo flamengo (30 g) | 1,9 | 0,57 | 23 | 282 | 85 |
Flocos de trigo e arroz enriquecidos (30 g) | 1,7 | 0,51 | 20 | 372 | 112 |
Flocos de trigo integral (30 g) | 0,8 | 0,24 | 10 | 349 | 105 |
Farinha láctea (30 g) | 0,7 | 0,21 | 8 | 416 | 125 |
Ovo (50 g) | 0,5 | 0,25 | 10 | 149 | 75 |
Gelado de leite (50 g) | 0,4 | 0,2 | 8 | 199 | 100 |
Leite meio-gordo (250 ml) | 0,12 | 0,3 | 12 | 47 | 117 |
Vitamina D
Os valores diários de referência para a vitamina D são:
- 15 microgramas para crianças, adolescentes, adultos, lactentes e grávidas;
- 10 microgramas para bebés até aos 12 meses;
- 20 microgramas para maiores de 70 anos.
Alimentos | Quantidade de vitamina D (microgramas) | Valor energético (kcal) | |||
---|---|---|---|---|---|
Por 100 g | Por porção | % VRN | Por 100 g | Por porção | |
Farinha láctea (30 g) | 5 | 1,5 | 30 | 416 | 125 |
Flocos de milho (30 g) | 2,8 | 0,8 | 17 | 374 | 112 |
Ovo (50 g) | 1,7 | 0,9 | 17 | 149 | 75 |
Manteiga (15 g) | 0,7 | 0,1 | 2 | 739 | 111 |
Queijo flamengo (30 g) | 0,2 | 0,1 | 1 | 228 | 68 |
Natas (50 g) | 0,2 | 0,1 | 2 | 306 | 153 |
Creme vegetal para barrar (15 g) | 0,2 a 5,0 | 0,03 a 0,75 | 1 a 15 | 557 | 83 |
Leite meio-gordo (250 ml) | 0,1 | 0,1 | 3 | 47 | 117 |
Cálcio
Os valores diários de referência para o cálcio são:
- 1000 miligramas para adultos até aos 70 anos e crianças dos quatro aos oito anos;
- 700 miligramas para crianças de um a três anos;
- 1300 miligramas para jovens dos nove aos 18 anos e adultos com mais de 70 anos.
Alimentos | Quantidade de cálcio (miligramas) | Valor energético (quilocalorias) | |||
---|---|---|---|---|---|
Por 100 g | Por porção | % VRN | Por 100 g | Por porção | |
Queijo flamengo (30 g) | 830 | 249 | 31 | 228 | 68 |
Sementes de chia (20 g) | 630 | 126 | 16 | 443 | 89 |
Queijo creme (15 g) | 300 | 45 | 6 | 263 | 39 |
Amêndoa (20 g) | 270 | 189 | 24 | 650 | 130 |
Couve-galega (70 g) | 260 | 182 | 23 | 29 | 20 |
Avelã (20 g) | 250 | 50 | 6 | 689 | 138 |
Brócolos (70 g) | 240 | 168 | 21 | 27 | 19 |
Sementes de linhaça (20 g) | 200 | 40 | 5 | 487 | 97 |
Agrião cru (70 g) | 200 | 140 | 18 | 29 | 20 |
Salsa crua (20 g) | 200 | 40 | 5 | 20 | 4 |
Grelos de couve (70 g) | 130 | 91 | 11 | 22 | 15 |
Tofu (30 g) | 130 | 39 | 5 | 77 | 23 |
Bebida de soja (250 ml) | 120 | 300 | 38 | 53 | 133 |
Iogurte meio-gordo natural (125 g) | 120 | 150 | 19 | 54 | 68 |
Leite meio-gordo (250 ml) | 112 | 280 | 35 | 47 | 117 |
Coentros crus (20 g) | 98 | 20 | 3 | 28 | 6 |
Tempeh (30 g) | 96 | 29 | 4 | 196 | 59 |
Noz (20 g) | 90 | 18 | 2 | 699 | 140 |
Soja (30 g) | 82 | 25 | 3 | 151 | 45 |
Couve-portuguesa (70 g) | 71 | 50 | 6 | 27 | 19 |
Feijão-branco (30 g) | 65 | 20 | 2 | 103 | 31 |
Amendoim (20 g) | 62 | 12 | 2 | 589 | 118 |
Natas (50 g) | 60 | 30 | 4 | 306 | 153 |
Pinhão (20 g) | 54 | 11 | 1 | 622 | 124 |
Faláfel (30 g) | 54 | 16 | 2 | 333 | 100 |
Feijão-manteiga (30 g) | 50 | 15 | 2 | 107 | 32 |
Ovo (50 g) | 44 | 22 | 3 | 149 | 75 |
Feijão-verde (30 g) | 41 | 12 | 2 | 30 | 9 |
Ervilhas (30 g) | 37 | 11 | 1 | 72 | 22 |
Lentilhas (30 g) | 25 | 8 | 1 | 115 | 35 |
Favas (30 g) | 24 | 7 | 1 | 73 | 22 |
Quinoa (20 g) | 24 | 5 | 1 | 143 | 29 |
Feijão-frade (30 g) | 21 | 6 | 1 | 123 | 37 |
Zinco
Os valores diários de referência para o zinco são:
- 3 miligramas para os recém-nascidos;
- 5 miligramas para crianças dos sete meses aos três anos;
- 8 miligramas para mulheres e crianças dos quatro aos 13 anos;
- 11 miligramas para grávidas, adolescentes e homens;
- 12 miligramas para mulheres a amamentar.
Alimentos | Quantidade de zinco (miligramas) | Valor energético (quilocalorias) | |||
---|---|---|---|---|---|
Por 100 g | Por porção | % VRN | Por 100 g | Por porção | |
Sementes de linhaça (20 g) | 7,8 | 1,6 | 16 | 487 | 97 |
Pinhão (20 g) | 6,5 | 1,3 | 13 | 622 | 124 |
Queijo flamengo (30 g) | 5,3 | 1,6 | 16 | 228 | 68 |
Sementes de chia (20 g) | 4,6 | 0,9 | 9 | 443 | 89 |
Amêndoa (20 g) | 3,2 | 0,6 | 6 | 650 | 130 |
Amendoim (20 g) | 3,2 | 0,6 | 6 | 589 | 118 |
Noz (20 g) | 2,7 | 0,5 | 5 | 699 | 140 |
Avelã (20 g) | 2 | 0,4 | 4 | 689 | 138 |
Soja (30 g) | 1,4 | 0,4 | 4 | 151 | 45 |
Lentilhas (30 g) | 1,4 | 0,4 | 4 | 115 | 35 |
Ovo de galinha médio (50 g) | 1,3 | 0,7 | 7 | 149 | 75 |
Pão de centeio (50 g) | 1,3 | 0,7 | 7 | 268 | 134 |
Grão-de-bico (30 g) | 1,2 | 0,4 | 4 | 130 | 39 |
Tofu (30 g) | 1 | 0,3 | 3 | 77 | 23 |
Feijão-branco (30 g) | 1 | 0,3 | 3 | 103 | 31 |
Pão de trigo (50 g) | 1 | 0,5 | 5 | 290 | 145 |
Favas (30 g) | 0,9 | 0,3 | 3 | 73 | 22 |
Para ter uma ideia de como suprir as necessidades diárias de um adulto que necessite, por exemplo, de 2000 quilocalorias, apresentamos dois planos alimentares completos, para quem segue uma dieta ovolactovegetariana e para um vegetariano estrito.
Alguns grupos específicos, como grávidas e crianças, poderão beneficiar de alimentos enriquecidos e suplementos de cálcio, vitamina D e zinco.
PEQUENO-ALMOÇO |
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1 copo de leite meio-gordo ou magro (250 ml) ou 1 iogurte sólido ou líquido 1 fatia de queijo ou 1 queijo fresco (45 g) ou requeijão (20 g) 1 pão de centeio ou trigo (50 g) ou 2 mãos-cheias de cereais (30 g) de trigo ou aveia |
MEIO DA MANHÃ |
1 iogurte sólido ou líquido 2 tostas ou 2 bolachas tipo maria ou torrada ou 4 bolachas redondas de água e sal ou 2 bolachas quadradas do tipo "cream crackers" ou 2 bolachas integrais |
ALMOÇO |
Sopa de legumes e hortaliças com uma colher de chá de azeite Prato: 4 batatas ou 3 batatas-doces ou 11 colheres de sopa rasas de arroz ou massa ou milho depois de cozinhados ou 60 g em cru de quinoa ou cuscuz 6 colheres de sopa de leguminosas, como feijão, grão, ervilhas, favas, lentilhas, soja e derivados 1 ovo (neste caso, reduza a quantidade de leguminosas para 4 colheres de sopa em vez de 6 colheres) 100 g de legumes ou hortaliças (1 chávena-almoçadeira em cru) Fruta: 100 g de maçã, pera, laranja, tangerina, damasco, nêspera, pêssego, ananás, ameixa, romã, manga, papaia ou 200 g de morangos, melancia, melão ou 60 g de uvas, cerejas ou 50 g de banana |
LANCHE |
Chá ou cevada sem açúcar 1 pão (50 g) de centeio ou trigo ou 4 tostas ou 6 bolachas tipo maria ou torrada ou 8 bolachas redondas de água e sal ou 4 bolachas quadradas tipo “cream crackers” ou 4 integrais 1 fatia de queijo ou queijo fresco (45 g) ou requeijão (20 g) |
JANTAR |
Sopa, prato e fruta. Semelhante ao almoço, variando o mais possível, dentro de cada grupo de alimentos, os legumes, as leguminosas e os cereais, como o arroz, a massa e a batata |
CEIA |
10 g de amêndoas, nozes, avelãs, amendoins ou pinhões 1 peça de fruta |
GORDURA TOTAL DIÁRIA PARA COZINHAR/BARRAR |
40 g (cerca de 8 colheres de chá) |
PEQUENO-ALMOÇO |
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1 copo de bebida vegetal de soja, amêndoa, arroz, espelta ou aveia (250 ml) fortificada com cálcio, vitamina B12, B2 e D 1 pão de centeio ou trigo (50 g) ou 2 mãos-cheias de cereais (30 g) de trigo ou aveia, de preferência enriquecidos 1 colher de chá de creme vegetal para barrar enriquecido com ómega 3 e vitaminas, ou compota |
MEIO DA MANHÃ |
20 g de amêndoas, nozes, avelãs, amendoins ou pinhões Fruta |
ALMOÇO |
Sopa de legumes e hortaliças com uma colher de chá de azeite Prato: 3 batatas ou 2 batatas-doces ou 9 colheres de sopa rasas de arroz ou massa ou milho depois de cozinhados ou 50 g em cru de quinoa ou cuscuz 8 colheres de sopa de leguminosas, como feijão, grão, ervilhas, favas, lentilhas, soja e derivados 150 g de legumes ou hortaliças (1,5 chávenas almoçadeira em cru) Fruta: 100 g de maçã, pera, laranja, tangerina, damasco, nêspera, pêssego, ananás, ameixa, romã, manga, papaia ou 200 g de morangos, melancia, melão ou 60 g de uvas, cerejas ou 50 g de banana |
LANCHE |
Chá ou cevada sem açúcar 1 pão (50 g) de centeio ou trigo ou 4 tostas ou 6 bolachas tipo maria ou torrada ou 8 bolachas redondas de água e sal ou 4 bolachas quadradas tipo “cream crackers” ou 4 integrais 1 colher de chá de creme vegetal para barrar enriquecido com ómega 3, ou compota |
JANTAR |
Sopa, prato e fruta. Semelhante ao almoço, variando o mais possível, dentro de cada grupo de alimentos, os legumes, as leguminosas e os cereais, como o arroz, a massa e a batata |
CEIA |
1/2 chávena (125 ml) de bebida vegetal, de preferência fortificada com cálcio, vitamina B12, B2 e D ou iogurte de soja até 60 kcal/embalagem |
GORDURA TOTAL DIÁRIA PARA COZINHAR/BARRAR |
40 g (cerca de 8 colheres de chá) |
Sugestão: aromatize os pratos com salsa e coentros, ricos em cálcio. |